MISTLETOE em inglês, o que tem a ver com o Natal?
Visco em inglês: Mistletoe
“Mistletoe” significa visco em inglês. Ou seja, uma planta verde com flores amareladas e bagas brancas cerosas que crescem parasitariamente em outras árvores (nativas da Europa, norte da África e Ásia). Também existe na América do norte um arbusto que se assemelha à planta do visco.
“Mistletoe” significa principalmente um raminho de visco (planta) usado como uma decoração durante natal. Acredita-se que quando duas pessoas se beijam debaixo dele, trazem sorte para si.
Espécies de Mistletoe
O grupo de plantas parasitas, conhecidas coletivamente como visco, estão contidos em quatro famílias. Mas apenas duas delas, as Viscaceae e as Loranthaceae, são de grande importância. A família Loranthaceae é grande e contém pelo menos nove gêneros; a maioria dos quais abunda nos trópicos. A maioria das espécies tem flores grandes e vistosas e ataca uma variedade de hospedeiros de árvores.
A família Viscaceae contém vários gênero. Mas apenas Phoradendron e a Viscum são importantes nas lendas e mitos relacionados aos “mistletoes“. No continente europeu, a Viscum album foi a principal espécie com a qual o homem primitivo interagiu e que constituiu a base de muitos mitos, lendas e crenças religiosas.
Na metade sul dos E.U.A, onde o visco europeu não ocorre, as espécies Phoradendron são o visco comum de folhas. Elas são muito parecidas com o visco europeu.
As lendas e mitos em torno do Mistletoe
Enquanto o visco desempenhou um papel importante em alguns mitos e lendas gregas e nórdicas posteriores. Sua relação com os antigos celtas, que viviam na antiga Gália, Grã-Bretanha e Irlanda, é um dos primeiros exemplos conhecidos da importância do visco. Havia um sentimento de veneração pelo visco que foi amplamente compartilhado pelos primeiros povos europeus.
Na “Eneida”, épico poema latino escrito pelo poeta Virgílio, um herói leva um ramo de visco – como um símbolo de vitalidade que permanece verde mesmo no inverno – para o submundo.
Porém, a primeira menção dos poderes românticos do visco foi do historiador romano Plínio, o Velho. Ele zombou dos Druidas do primeiro século Era Comum (A.D. – Anno Domini, ano do nosso Senhor). Porque os celtas acreditavam que “o visco, tomado em bebida, transmitiria a fecundidade a todos os animais que são estéreis”.
Essa associação romântica foi posteriormente expandida. Principalmente pelo mito nórdico sobre Baldur e sua mãe, Frigga, a deusa do amor e do casamento. Segundo a lenda, Frigga pegou todas as plantas e animais da Terra. O seu intuito era prometer não prejudicar o filho, mas não pegou o visco. Loki, o deus do mal, aproveitou essa oportunidade para matar Baldur. Ele usou uma lança feita de visco. Em algumas versões do conto, as lágrimas de Frigga então se transformaram em bagas de visco; o que trouxe Baldur de volta à vida, levando Frigga a declarar o visco um símbolo de amor.
O mitletoe era venerado pelos Celtas
Os druidas, que eram os sacerdotes de uma ordem religiosa celta, consideravam as árvores de folhas frondosas como tendo propriedades místicas e as adoravam. Esta crença em propriedades místicas era devido, pelo menos em parte, ao fato de que o visco crescia frequentemente nos ramos do carvalho que era adorado.
No outono, à medida que o comprimento do dia diminuía, o significado religioso foi concentrado no solstício de inverno, o dia mais curto de todo o ano. As pessoas observaram que as plantas de visco crescendo nos carvalhos mantinham suas folhas enquanto, ao mesmo tempo, os carvalhos perdiam as suas.
Durante o inverno, os ramos dourados da planta do visco, com suas folhas verde-amarelas e grandes bagas brancas, pareciam ser um fenômeno notável. E assim, acreditava-se que a planta do visco tinha propriedades místicas. Portanto, o visco tornou-se um símbolo de vitalidade que permanece verde mesmo durante o inverno.
A fama do Mistletoe desde a Idade Média
Desde a Idade Média até o século passado, a literatura está repleta de exemplos de diferentes usos para as plantas do visco. Especialmente entre as comunidades rurais. O visco era cortado, amarrado em cachos e pendurado na frente de casas de campo para assustar os demônios que passavam. Foi pendurado nas portas de estábulos para proteger cavalos e gado contra a feitiçaria. Na Suécia, foi mantido em casas para evitar o incêndio. Na Itália, acreditava-se poder apagar o fogo.
Foi amplamente considerado um curandeiro universal. Como poção, possibilitava que animais estéreis concebessem. Mesmo Plínio achava que era uma cura para a epilepsia. E que poderia ser usado para promover a concepção. Ele curava úlceras se mastigado. No País de Gales pensou-se que, se colocado sob um travesseiro, o visco induzisse sonhos de presságio. Havia vários costumes em vários países que utilizavam plantas de visco em rituais para encontrar tesouros. Coletivamente, esses costumes provam que o visco teve um efeito profundo na vida e na imaginação das pessoas.
Legado místico herdado pelos Britânicos e incorporado ao Cristianismo e ao Natal
Quando o cristianismo se tornou generalizado na Europa após o terceiro século era comum (ou depois de Cristo); o respeito religioso ou místico para com a planta do visco foi integrado até certo ponto na nova religião. Por fim, séculos mais tarde os britânicos começaram a pendurar o visco como parte das celebrações de Natal. De alguma forma que não é entendida atualmente, o sincretismo entre a religião celta e o então chamado cristianismo absorveu alguns dos costumes celtas.
Kiss under the mistletoe (Beijar sob o visco)
Um desses costumes pagãos, o de se beijar sob a planta do visco, foi incorporado à época do Natal. Esse costume provavelmente estava relacionado à crença da fertilidade e concepção. O primeiro caso documentado de beijar sob o visco data da Inglaterra do século 16. Era um costume aparentemente muito popular naquela época.
Em “The Pickwick Papers” de 1836, Charles Dickens descreve uma cena de beijos sob o visco. Nela mulheres jovens “gritavam e lutavam, corriam para os cantos. Faziam de tudo, menos saírem da sala, até que… por fim, se davam conta de que era inútil continuar resistindo, então cediam, permitindo serem beijadas”.
Neste contexto, o visco deveria trazer sorte para duas pessoas que se beijavam debaixo do visco. E má sorte para aqueles que não o fizessem. Alguns dizem que a etiqueta adequada era escolher uma baga para cada beijo. E parar só quando todas as bagas acabassem. No entanto, apenas não deviam ser comidas porque algumas espécies de visco são venenosas.
Mistletoe e o uso medicinal
Provavelmente como resultado de tentativa e erro, encontraram nas plantas de visco certas propriedades medicinais. E o conhecimento dessas características, sem dúvida, contribuiu para a natureza mística do visco. Na língua antiga dos druidas, o visco significava “cura tudo”. Alguns atributos foram, sem dúvida, baseados em verdade. No entanto, outros foram certamente baseados em raciocínio ilógico.
Por exemplo, até 1900, um uso interessante do visco foi para o tratamento da epilepsia. Que há dois milênios foi documentado por Plínio. O raciocínio era que, uma vez que o visco estava enraizado no ramo de uma árvore, e não poderia cair no chão. Também, um epilético que tomasse uma infusão de visco ou o carregasse no bolso não poderia cair no chão.
A reputação do visco como uma planta de cura persiste no mundo dos remédios herbais até o presente. Porém, há pouca evidência clínica de que ele possa curar doenças. A atriz Suzanne Somers, é conhecida por tratar seu câncer de mama com extrato de visco em vez de quimioterapia. O extrato foi até mesmo exibido como matador de células cancerígenas em laboratório. Porém, o Instituto Americano do Câncer (American Cancer Institute) concluiu: “Não há evidências de que os efeitos do visco no sistema imunológico ajudem o corpo a combater o câncer”.