Gestão financeira nas pequenas empresas
Administrar bem um negócio já não é suficiente. É preciso ser rápido e preciso nas decisões para afastar prejuízos ou impedir ações que inviabilizem o negocio.
Independentemente do porte da empresa, o planejamento financeiro prevê os possíveis resultados, de modo que as medidas corretivas possam ser planejadas com tempo, calma e reflexão suficientes para que sejam bem-sucedidas.
É inegável a importância das pequenas e médias empresas na economia brasileira. Somente as micro e pequenas empresas respondem por 98% do total de empresas instaladas no País, 60% da mão-de-obra empregada e 40% do produto interno bruto.
Dentro dos novos conceitos que hoje fazem parte da realidade nas empresas, como terceirização, downsizing e reestruturação organizacional, existe a tendência de que esse segmento ganhe cada vez mais importância.
Paralelamente, porém, observa-se um grande movimento de abertura de novas empresas relacionado com o fechamento de fatia substancial delas.
Essa descontinuidade é freqüentemente resultante de fatores financeiros, embora o negócio em si, à primeira vista, pareça bom. Em geral, o empresário tem algum conhecimento do produto e da tecnologia envolvida, conhece os canais de distribuição, os principais concorrentes e desenvolve a atividade de marketing para divulgação do negócio.
Porém, relega a segundo plano o processo de gestão da empresa, incluído aí o monitoramento constante de sua rentabilidade, necessidade de capital de giro e geração de caixa.
Outro ponto a ser ressaltado é que o empreendedor tende a subestimar as dificuldades financeiras, temendo abalar a motivação do seu negócio. Esse caminho faz com que, eventualmente, não sejam quantificados os riscos inerentes ao empreendimento.
Nas pequenas e médias empresas há mais obstáculos e resistências à implantação de um planejamento financeiro. A falta de tempo é a primeira dificuldade. É frequente o empresário que já possui o seu negócio concentrar sua atenção em aspectos operacionais de curto prazo, como produção, negociação de vendas, atendimento a clientes, fechamento diário de caixa.
Por sua vez, o empreendedor que está planejando um novo negócio tende a concentrar sua atenção na concepção do empreendimento, aspectos de mercado e de produção. Em ambos os casos, não sobra tempo para o planejamento financeiro.
A postura do já sei tudo sobre o negócio faz com que o empresário ou o empreendedor desconsiderem qualquer possibilidade de auxilio na estruturação do empreendimento.
Um empreendedor sabe comprar e vender bem, mas não dá a devida importância às funções gerenciais de administração, controle e planejamento, prejudicando, muitas vezes, a gestão dos negócios.
Existem, entretanto, abordagens especialmente dirigidas às pequenas e médias empresas, mais simples, com resultados mais rápidos. Quem investiu tempo, dinheiro e disposição para empreender um negócio deve estar atento a tudo isso.
Em geral, o empresário tem algum conhecimento do produto e da tecnologia envolvida, dos canais de distribuição e dos principais concorrentes. Porém, se ele não dá importância devida à gestão da empresa, à rentabilidade, ao capital de giro e à geração de caixa, pode correr riscos desnecessários.
São conhecidas as carências das pequenas e médias empresas em termos de administração financeira. O empresário típico começa um negócio a partir de alguma habilidade (vendas, conhecimento técnico etc.) e tem, inicialmente, uma relação distante com a administração financeira.
Seu primeiro contato com administração financeira consiste apenas em pagar e receber. Nesse estágio, sua bússola financeira pode ser chamada de “caixômetro”: dinheiro em caixa é sinal de que as coisas vão bem.
Quando a empresa começa a crescer, em alguns casos, é percebida a necessidade de maior atenção para a administração financeira. A formação de preços estaria correta? Porque ainda não temos um fluxo de caixa? E os custos, estariam dentro da normalidade? Essas são algumas das primeiras manifestações da necessidade de administração financeira.
Várias pesquisas têm mostrado que a principal causa de mortalidade das pequenas empresas é a má gestão financeira. A Gestão Financeira compreende planejamento, análise e execução das atividades financeiras e funções a elas relacionadas.
ALAELSON CRUZ DOS SANTOS Contador e professor universitário. Especialista em Gestão Coordenador dos Cursos de Especialização (Pósgraduação Lato Sensu) em Auditoria e Perícia Contábil da UNIT. Empresarial. Palestrante e instrutor de cursos na área pública. |