Geleias Diet e Light – Saiba como fazer
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Fabricação de geleias dietéticas
A Legislação Brasileira de alimentos define geleia como o produto obtido a partir de sucos clarificados de frutas que são cozidos até a consistência gelatinosa; ela deve ser clara, brilhante e transparente e, quando retirada da embalagem deve tremer sem escorrer.
A conservação das geleias deve-se, basicamente, ao baixo pH e o tratamento térmico aplicado ao produto. Além desses fatores, são essenciais para a estabilidade do produto as condições higiênicas do processo produtivo e a utilização de embalagens adequadas.
Geleias diet
São aquelas isentas da adição de adoçantes calóricos e são consumidas especialmente por diabéticos, obesos ou por indivíduos que se submetem a regimes com restrição ao açúcar. Para poder eliminar a adição de açúcares nas geleias dietéticas, sem que as mesmas percam suas características organolépticas, é necessário substituí-los por componentes que conferem “corpo” e doçura ao produto.
O “corpo” ou “volume” dos açúcares é substituído pela *polidextrose e a doçura dos açúcares é substituída pela mistura de edulcorantes. A polidextrose, por não ter sabor doce, é utilizada conjuntamente com edulcorantes intensos (*aspartame e o *acesulfame-k). A mistura do apartame e acesulfame-k tem a vantagem de proporcionar uma significativa redução calórica no produto, pois tem o poder adoçante aproximadamente 200 vezes maior que o do açúcar (sacarose) e não apresentar residual amargo, característico da maioria dos edulcorantes.
O *sorbitol também é utilizado como agente de “corpo” e como edulcorante natural. Quanto ao tipo de fruta, a preferida no mercado nacional é sem dúvida a geleia de morango. Outras se destacam como por exemplo as geleias de uva, abacaxi, goiaba, amora, laranja, ameixa e pêssego.
Componentes
– Polidextrose – É um substituto do corpo do açúcar com somente 1 kcal/g, o que permite substituir parcial ou totalmente os açúcares, reduzindo significativamente as calorias. É um polímero de condensação de glicose com ligações não específicas, quantidades mínimas de sorbitol e ácido cítrico ligados. É obtido industrialmente a partir de glicose, sorbitol e ácido cítrico, substâncias encontradas naturalmente nas frutas e vegetais. A polidextrose possui muitas das características dos açúcares, no entanto, não tem muito sabor doce, seu sabor é neutro e suave. A polidextrose confere corpo, textura e palatibilidade aos produtos alimentícios de baixa caloria. A polidextrose não é cariogênica.
– Aspartame – É um produto formado a partir de dois aminoácidos encontrados em alimentos como carne, ovos, leite, frutas, hortaliças e cereais: o ácido aspártico e a fenilalanina, tem sabor doce agradável, não deixando qualquer sabor residual amargo. O aspartame contém apenas 4 kcal/g e seu poder adoçante é 200 vezes superior as do açúcar, proporcionando uma redução calórica significativa. Não provoca cáries, pois não é um carboidrato, podendo ser usado em formulações de produtos não cariogênicos. Convém salientar que os produtos adoçados com aspartame devem trazer nos rótulos a frase “Fenilcetonúricos: contém fenilalanina”, porque a fenilcetonúria é uma doença genética rara que inibe a capacidade do organismo de metabolizar o aminoácido fenilalanina, sendo detectada logo após o nascimento através do teste do pezinho.
– Acesulfame-k – É um edulcorante intensamente doce, completamente isento de calorias, seu poder adoçante é 200 vezes superior ao do açúcar. Seu sabor doce é rapidamente notado, permanecendo excessivamente no paladar e não deixando residual amargo.
– Sorbitol – É um poliól de sabor doce, encontrado na natureza em várias frutas como ameixa, cereja, maçã, pêra e pêssego. O sorbitol é obtido industrialmente através da hidrogenação catalítica da glicose. É um derivado de carboidrato e possui poder adoçante de aproximadamente 60% em relação ao açúcar (sacarose), contém apenas 2,4kcal/g e não é metabolizado, nem ingerido na mesma extensão que os carboidratos. É um auxiliar valioso na formulação de uma série de produtos alimentícios, pois quando adicionados ao produto conferem várias características benéficas, podendo funcionar como edulcorantes natural, como umectante e como agente de corpo. O sorbitol é anticariogênico, sendo indicado para uso em pastas de dente contendo flúor.
Etapas da conservação
1. Recepção e estocagem
Ao chegarem às indústrias, as frutas devem passar por uma pré-seleção quando, então, são separadas aquelas que estão fora do padrão de maturação e as que estão deteriorizadas. Caso não sejam processadas imediatamente, as frutas devem ser estocadas em lugares frescos e ventilados, para os casos de pequena demora, e/ou câmaras de refrigeração, para os casos mais demorados. É importante lembrar que cada tipo de fruta requer condições de refrigeração específicas, por isso não se aconselha o armazenamento conjunto de certos tipos de fruta.
2. Lavagem
Essa operação é feita em duas etapas: a primeira consiste em uma pré-lavagem através da imersão das frutas em água potável com agitação, sendo assim as sujeiras mais grosseira são retiradas ou amolecidas. Na segunda etapa realiza-se a lavagem propriamente dita, desta vez utilizando-se água clorada, esta lavagem fica mais eficiente quando realizada por aspersão de pequenos jatos d’água sob pressão, diretamente na fruta. Algumas frutas necessitam de uma operação de escovamento para completar a limpeza.
3. Seleção
Este é um dos fatores mais importantes que determinam a qualidade no produto final. Os atributos de qualidade adotados como critério de seleção são vários, dentre os quais se destacam: tamanho, cor, maturação, ausência de manchas ou defeitos causados por fungos e insetos, simetria, textura e sabor.
Na seleção de grande quantidade de matéria-prima é fundamental que se tomem alguns cuidados, como por exemplo: boa iluminação no local; treinamentos dos operários; revezamento periódicos para evitar a fadiga visual e utilização de padrões comparativo…
Após a lavagem, os frutos caem sobre a mesa de seleção, que pode ser uma esteira de borracha sanitária ou de roletes. Este último tem a vantagem de expor toda a superfície da fruta, tornando mais eficiente a seleção. As pessoas encarregadas da seleção manual retiram as frutas que estiverem podres, muito verdes e defeituosas. Pequenos defeitos e pontos podres devem ser retirados com facas de aço inoxidável. Cada selecionador, dependendo do estado das frutas, não pode trabalhar com mais de 400 kg por hora.
4. Descascamento
Após a limpeza e seleção, é necessário o descascamento que pode ser realizado por um dos seguintes métodos: manual; mecânico (abrasão); físico (água quente ou vapor) e químico (imersão em solução de soda cáustica), em alguns casos essa operação é dispensável.
5. Desintegração
Os desintegradores podem funcionar à temperatura ambiente ou à quente, com temperatura até 90ºC. No aquecimento, as reações enzimáticas de hidrólise de pectina e escurecimento são intensificadas durante a desintegração e exposição dos tecidos no ar. Em certos casos, essas reações são tão intensas que acarretam uma sensível perda de qualidade do produto final. Em alguns casos, o tratamento térmico além de inativar as enzimas tem por fim amolecer os tecidos e facilitar a operação de trituração. Esse processo pode ser feito em tachos, no caso de processos descontínuos, ou em cozedores contínuos. Existe um tipo de cozedor contínuo, o Thermascrew que consta de um duto transportador com aquecimento indireto, onde o transporte da fruta é feito através de uma rosca sem fim, que também é aquecida com vapor.
Tempo de permanência nesses equipamentos varia conforme o tipo de fruta. Quando a fruta não apresenta problemas de escurecimento ou hidrólise de pectina, pode-se fazer a desintegração à temperatura ambiente. Nesse caso, usa-se um desintegrador de facas rotativas ou martelo como o tipo Rietz.
6. Despolpamento e acabamento
É feito em despolpadeiras tem por finalidade separar a polpa do material fibroso, caroços, sementes e algumas vezes da casca. Algumas frutas podem ser levadas inteiras na despolpadeira, outras precisam ser descascadas e, no caso de frutas mais duras a necessidade de desintegração prévia. As despolpadeiras podem ser do tipo horizontal e vertical. Podem ser providas de pás revestidas de borracha, de escovas, ou roscas do tipo sem fim.
A movimentação dos braços ou rosca impele a massa contra peneiras que podem possuir furos de diâmetros variados. Estas peneiras podem ser trocadas, sendo que quanto menor forem os furos, mais fina será a polpa. Essa operação geralmente é feita em 2 ou 3 estágios, primeiramente em peneiras com furos de 1,5 mm, para a remoção de cascas e caroços, e depois em peneira com 0,5 mm, para fragmentos, sementes e peles, que é o acabamento, essa escolha depende do grau de refinamento da polpa que se deseja e do tipo de fruta.
7. Determinação do ponto final
Pode ser verificado pelo índice de refração, pela determinação da temperatura de ebulição e pelo teste da colher. Destes métodos o mais exato é o refratômetro para a sua execução é utilizado apenas nas indústrias maiores. O teste da colher, quando executado por um operador experiente juntamente com a medição da temperatura de ebulição, pode ser um método bastante preciso para a verificação do ponto final.
- Índice de refração – Indica o teor de sólidos solúveis presente na geleia e pode ser medido em refratômetros manuais ou automáticos, acoplados ou não aos tachos de concentração. A determinação é feita tomando-se uma pequena amostra da geleia, resfriando-a até 20ºC e espalhando-a no prisma do aparelho, fazendo-se a leitura diretamente na escala em graus Brix. Os refratômetros normalmente vêm acompanhados com um sistema para resfriamento da amostra para 20ºC, sendo portanto, necessário efetuar a correção caso a leitura seja efetuada em outra temperatura. A geleia no ponto final deve apresentar um teor de sólidos de 68% a 20ºC.
- Teste da colher – Consiste em retirar, com o auxílio de uma colher ou pá, uma pequena porção de geleia, incliná-la e deixá-la escorrer: se ficar parcialmente solidificada ou escorrer sob a forma de lâminas ou flocos limpos, a concentração está no ponto desejado.
- Determinação da temperatura de ebulição – Outro método utilizado, geralmente em conjunto com o teste da colher, é a determinação da temperatura de ebulição da mistura com auxílio de um termômetro graduado até 110ºC. À medida que uma solução concentra a sua temperatura de ebulição aumenta, sendo possível estabelecer uma relação entre esses dois parâmetros. No ponto de gelatinização a geleia entra em ebulição a aproximadamente 5ºC acima da temperatura de ebulição da água pura. No nível do mar a temperatura de 104 a 105,7ºC corresponde a uma concentração de 65 a 68% de sólidos solúveis na geleia, sendo que em altitudes diferentes ocorrem pequenas variações. Geralmente as fábricas estabelecem uma temperatura final adequada, que é sempre seguida nos processamentos, visando atender os seus padrões de qualidade e as exigências dos consumidores.
8. Embalagem
– Ao atingir o ponto final a geleia é embalada em recipientes apropriados para a sua comercialização. No caso de latas, usa-se uma recravadeira comum que assegura o fechamento hermético da lata, protegendo adequadamente o alimento durante o processo de esterilização, resfriamento e estocagem. Existem recravadeiras manuais e automáticas, com dispositivos que permitem o fechamento de diversos tamanhos de latas. Nas embalagens de vidro, o fechamento pode ser manual ou através de recravadeiras apropriadas. O fechamento da embalagem é uma operação importante e deve ser perfeito, necessitando de um controle cuidadoso.
Tipos de geleias
. Geleia de Morango
800 g de morangos limpos; 1 xícara (chá) de água;
3 colheres (sopa) de água; 19 colheres dosadoras de adoçante.
Modo de Preparo:Leve ao fogo uma panela com os morangos e a água. Deixe cozinhar até apurar bem e formar uma geleia (adicionar mais água, se necessário). Apague o fogo, adicione o adoçante e mexa bem.
Dados Nutricionais: Calorias – 133,95 kcal; Carboidratos – 25,49g; Proteínas – 4,39g; Lipídios – 1,60g
Rendimento: 300 g
. Geleia de Abacaxi
1 abacaxi médio, descascado e sem o miolo (± 1 kg);
1 xícara (chá) de água; 1/2 envelope de gelatina em pó sem sabor, branca;
16 colheres dosadoras de adoçante.
Modo de Preparo: Pique o abacaxi e coloque-o numa panela com 3/4 da água. Leve ao fogo e deixe até amaciar. Enquanto isso, misture a gelatina com o restante da água e deixe a gelatina hidratar durante 1 minuto. A seguir, coloque na panela com o abacaxi e apague o fogo. Adicione o adoçante, misture bem e deixe esfriar. Se quiser uma geleia mais lisa, passe-a pelo liquidificador ou multiprocessador.
DICA: Recheie rocamboles, bolos ou sirva com torradas.
Dados Nutricionais: Calorias – 634,40kcal; Carboidratos – 144,50g; Proteínas – 9,80g; Lipídios – 1,90g
Rendimento: 800 g
. Geleia de Damasco
250 g de damascos secos;
1 xícara (chá) de água;
10 colheres de adoçante (10 g).
Modo de Preparo: Leve uma panela ao fogo com os damascos e a água. Deixe ferver até amolecer. A seguir, bata no liquidificador ou processador até formar uma pasta cremosa (acrescente mais água, se for necessário). Misture o adoçante e leve à geladeira.
Dica: substitua os damascos por ameixa preta ou outra fruta de sua preferência.
Dados Nutricionais: Calorias – 366,92kcal; Carboidratos – 74,38g; Proteínas – 17,35g
Rendimento: 300 g
. Geleia de Laranja com Maçã Light
1 dúzia de laranja pêra; 6 maçãs médias; suco de um limão;
2 e ½ colheres de sopa rasa de adoçante; cravos a gosto
1 colher de chá de baunilha.
Modo de Preparo: Retire o suco das laranjas. Descasques as maçãs a fatie-as regando com suco de limão para não escurecerem. Leve o suco das laranjas ao fogo até ferver. Acrescente a baunilha, os cravos e as maçãs. Mexa até as maçãs derreterem e darem a consistência de geleia (aproximadamente 45 minutos).
Rendimento: 70 colheres de sopa rasa
Tempo de Preparo: 1 hora
Dados Nutricionais: Calorias – 13,26kcal; Carboidratos – 2,97g; Proteínas – 0,12g; Lipídeos – 0,10g
. Geleia Tropical Light
1 mamão maduro médio cortado em pedaços pequenos;
1 abacaxi pequeno cortado em pedaços pequenos;
½ xícara de chá de água, suco de duas laranjas;
2 colheres de sopa rasa de adoçante;
1 colher de sopa de cascas de laranja;
2 cravos.
Modo de Preparo: Coloque em uma panela o abacaxi, o mamão e a água e deixe cozinhar em fogo brando até amolecer. Adicione o suco de laranja, o adoçante, as raspas de laranjas e o cravo. Cozinhe até que a geleia desprenda do funda da panela. Espere esfriar e coloque em vidros esterilizados.
Rendimento: 700 g
Tempo de Preparo: 1 hora e meia
Dados Nutricionais:Calorias – 11,02kcal; Carboidratos – 2,45g; Proteínas – 0,06g; Lipídeos – 0,10g
. Geleia de Goiaba
1 kg de goiaba sem semente;
4 colheres de sopa de adoçante.
Modo de Preparo: Liquidifique a goiaba e passe em uma peneira. Coloque em uma panela grande e deixe ferver sempre mexendo. Coloque o adoçante e deixe em fogo baixo até a textura de geleia.
5 porções – 115 calorias
Referências: Sebrae – Serviços de Apoio as Micros e Pequenas Empresas, IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – São Paulo, Datafolha – Instituto de Pesquisas Grupo Folha, IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, Wikipédia, Jornal Estadão, Jornal Folha de S.Paulo, Jornal O Globo, Revista Exame, Revista Veja, MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MMA – Ministério do Meio Ambiente, MME – Ministério de Minas e Energia, MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.Copyright © Emprega Brasil – É proibido a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização. |
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ótimas idéias, bem explicadas e bastante foco nos detalhes técnicos. Adorei