Vale à pena ser mais flexível com o salário em tempos de crise?
Vale à pena ser mais flexível com o salário em tempos de crise?
As limitações trazidas pela crise atingiram também as empresas e com as vendas desacelerando, a diminuição do poder de consumo dos clientes, o aumento das taxas de juros e a inflação se agravando, muitas mudanças vêm sendo instauradas nas relações trabalhistas.
Para desacelerar o volume das demissões, o Governo instituiu regras que permitiram a flexibilização de muitas leis trabalhistas, alterando jornadas de trabalho e salários.
Apesar da tentativa de redução dos impactos, implantada ainda em 2015, com o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que garantia redução temporária das jornadas de trabalho em até 30%, e contribuição complementar do governo para manutenção dos pagamentos dos funcionários, a crise econômica se agravou ainda mais.
Em 2016, até o momento, o número de desempregados já alcançou a marca de 10 milhões de pessoas e a previsão é de que este dado ainda irá demorar para diminuir, logo, uma das alternativas para conquistar uma vaga de emprego vem sendo aceitar salários menores.
A flexibilização salarial, embora não seja a alternativa favorita de muitos, se tornou algo melhor que o desemprego, e portanto, se você já está há alguns meses à procura de uma oportunidade e não achou nada, considere seriamente esta opção.
Dicas para negociar o salário em tempos de crise
É comum algumas empresas solicitarem pretensão salarial durante o processo seletivo. Se não faz ideia como definir este valor, comece baseando-se no seu último salário. Outra alternativa é buscar aplicativos que informam valores de mercado por cargos.
Sempre que for negociar com o contratante, busque também checar a situação econômica pela qual a empresa onde concorre está passando, pois assim sua sugestão tem mais chances de estar próxima da realidade e de ser aceita.
Quando for questionado diretamente se aceitaria um salário menor, seja humilde, mas aproveite para também ser um pouco ousado, demonstrando inciativa. Você pode por exemplo alegar que não aceitaria redução salarial em outras empresas, mas que nesta na qual concorre poderia aceitar devido a motivos específicos.
Nesta relação de motivos você pode mencionar a oportunidade de crescimento, seu grau de identificação com os valores e, é claro, mencionar informações específicas sobre o setor e a empresa levantadas em sua pesquisa inicial.
Mantenha-se valorizado como profissional, mas caso a empresa possibilite solicitar um salário mais elevado devido suas qualificações, competências e demais diferenciais, tome cuidado para não majorar demais sua expectativa de salário, se tornando um candidato desinteressante para a empresa.
Busque manter a diferença entre 10% e 20% acima do que recebia anteriormente, apenas nos casos em que a situação financeira da empresa e suas competências profissionais permitirem esta oferta.
Nos momentos em que for necessário reduzir o salário, antes de concordar ou apresentar uma contra proposta inferior ao que desejaria, procure calcular seu planejamento financeiro, para saber qual o mínimo tolerável para cobrir suas principais despesas, e a partir deste valor, crie uma margem de negociação.