Montar uma criação de faisões gastando pouco
Como montar uma criação de faisões lucrativa gastando pouco e sem cometer erros, ganhe muito dinheiro com venda de ovos, filhotes e criação de faisões para corte. Aprenda tudo: investimento, localização, equipamentos, fornecedores, mercado, concorrência, riscos, legislação, mão de obra especializada, captação de cliente, financiamento, atendimento e muito mais…
Criação de faisões
Os faisões são aves belíssimas originárias, em sua maioria da Ásia. Existem cerca de 40 espécies e inúmeras subespécies diferentes, as mais raras nativas da Sumatra, Ilha de Formosa, Bornéus e Himaláia. Com um número cada vez maior de apreciadores, muitos criadores optam pela criação em cativeiro. Eles podem ser criados como aves ornamentais ou para corte. Sua carne é muito saborosa e atinge preços altos. As espécies mais conhecidas são as seguintes:
. Faisão Dourado: com penas cor de ouro na cabeça e lembra a imagem de um faraó egípcio;
. Faisão Lady: o macho é bonito como uma dama;
. Faisão Venerado: sua cauda pode atingir até 2 metros;
. Faisão Canário: parecido com o dourado mas com cores mais suaves e em vários tons de amarelo;
. Faisão Prateado: é comum e muito vistoso;
. Faisão Eperonie: abre a cauda em leque para seduzir a fêmea como os pavões;
. Faisão Orelhudo Azul: é monogâmico como todos os orelhudos (O. Marrom e O. Branco);
. Faisão Prelatus: em tons de cinza azulado, tem topete como o pavão;
. Faisão Humes: muito colorido e considerado raro;
. Faisão Swinhões: lindo, em vários tons de marrom e parte branca no começo do dorso;
. Faisão Elliot: também muito bonito e com colorido em vários tons;
. Faisão Nepal: outra rara beleza, tem topete como pavão;
. Faisão Edwards: em tom azul escuro com topete branco;
. Faisão Coleira: criado normalmente para corte;
. Faisão Versicolor: também criado para corte;
Outros ornamentais e raros: Resplandecente, Temminck, Palawan, etc.
No Brasil, são criadas muitas variedades ornamentais, e somente duas para corte: a coleira e a versicolor.
Mercado
Possuidor de uma carne com sabor inigualável, segundo os apreciadores; usado para enfeitar quintais e jardins; criado comercialmente ou apenas como hobby, o faisão, aos poucos, está ganhando mercado no Brasil. Sua imagem ainda é de ave sofisticada, criada e consumida por pessoas de maior poder aquisitivo. Mas tem despertado interesse entre pequenos criadores, atraídos pela demanda crescente.
IBAMA
A caça de faisões criados especificamente para esse fim, depende de autorização do IBAMA e é realizada entre abril e julho.
Começando
Quem deseja criar faisões para corte e não tem experiência no ramo deve começar com 21 aves. São três famílias de um macho e seis fêmeas, suficientes para se aprender o manejo. Como a faisoa não choca, é importante decidir, logo no início, se serão galinhas garnisés ou incubadoras. As garnisés são ótimas mães e cuidam dos faisõezinhos nos primeiros 25 dias, quando é feita a separação. Essas galinhas dispensam a incubadora e a criação artificial, cujo uso só se justifica para a produção acima de 1.000 cabeças.
Produção
No modelo com 21 aves, a produção anual será de 1.200 ovos, distribuída em quatro meses, com média de 300 ovos para cada um desses períodos. Serão necessárias 26 garnisés no choco, já que cada uma choca de 12 a 13 ovos e, para conseguir esse número de galinhas chocas, o número total de garnisés deverá ser de 100 aves, no mínimo. Se tudo correr bem, o criador que começar com três famílias de faisões vai obter, na primeira safra, cerca de 400 a 500 novas aves. Em geral 10% delas, as mais resistentes e de características melhores, podem ser destinadas à reprodução e as restantes à venda. É importante lembrar que, após o final da postura, todas as matrizes serão abatidas, pois não compensa mantê-las até o próximo período de criação. Por isso, a cada ano surge nova geração de matrizes, obtida de lotes diferentes.
Reprodução e desenvolvimento
O processo de reprodução de faisões tem algumas particularidades. O macho é desconfiado e briguento, as fêmeas descuidadas e péssimas mães. Sexualmente precoce, o faisão é polígamo e tem bom desempenho na proporção de um macho para seis fêmeas. Na seleção, juntam-se machos de um lote e fêmeas de outro para evitar a consanguinidade. Os melhores machos são os mais agressivos. Escolhem-se sempre os filhotes mais velhos do ano anterior por estarem mais aptos à reprodução. Feita a seleção, as aves vão para os viveiros familiares (um macho para seis fêmeas), ou coletivos (20 machos para 100 fêmeas).
Viveiros de reprodução
Os viveiros de reprodução devem receber apenas o sol da manhã, pois o sol da tarde estressa as aves. A construção é feita em alvenaria, tela e telhas. Criadores experientes aconselham três faces de alvenaria e uma única de tela sobre uma base de meio metro de alvenaria. É preferível usar telas plásticas ou de metal flexível, para que as aves, na eventualidade de um susto, não se machuquem. A altura média dos viveiros é de 2 metros. O piso pode ser de areia, com boa drenagem. O teto precisa ter uma cobertura de tela para as aves não fugirem em caso de destelhamento. Telhas de barro são as mais indicadas, por funcionarem como isolantes térmicos. O uso de comedores e bebedouros automáticos é o mais recomendado.
No viveiro coletivo, onde o espaço ideal é de 1 metro quadrado por ave, é fundamental a colocação de poleiros.
Viveiros após nascimento
Os faisõezinhos são frágeis e necessitam de cuidados especiais. Durante as primeiras quatro semanas precisam ser mantidos em criadoras aquecidas, caso sejam separados das garnisés. Essas criadoras são cercados de madeira com 1 metro quadrado e 50 centímetros de altura, com os lados telados e cantos arredondados, instalados em galpões totalmente fechados.
Em cada um desses cercados, podem ser mantidos uns 100 pequenos faisões. A resistência elétrica das criadoras deve ser ajustada para manter a temperatura da seguinte forma: 35 graus (1ª semana), 31 graus (2ª semana) e 26 graus a partir da 3ª semana e até a formação total das penas. Em seguida ao nascimento, é administrado um polivitamínico na água para reduzir o estresse que a manipulação causa nos animais.
Quem opta por criar as aves em piquetes, sem tela no teto, precisa submeter os filhotes a uma operação na asa para que não possam voar. Esse procedimento é indicado apenas para filhotes destinados ao corte. A operação, feita no dia seguinte ao nascimento, consiste na amputação de um terço de uma das asas, com cauterização.
Das criadoras, os filhotes são transferidos para um viveiro de alvenaria, onde ficam por quatro semanas. Esse viveiro fechado também é aquecido e tem os cantos arredondados. São cuidados necessários para que os faisõezinhos não morram por causa da baixa temperatura ou se amontoem nos cantos à procura de calor e acabem se sufocando. O chão deve ser revestido de serragem ou sabuguinho de milho (sabugo triturado). Usar apenas serragem branca, pois a vermelha desperta o instinto canibal da ave.
Assim como nos viveiros de reprodução, aqui também se usam bebedouros automáticos e comedouros suspensos. A temperatura do viveiro é reduzida aos poucos para que, após quatro semanas, chegue ao nível da temperatura ambiente.
Abate
Quando os faisões atingem o peso aproximado de 1 quilo vão para o abate. As fêmeas costumam ser abatidas com cerca de 6 ou 7 meses, quando estão pesando por volta de 950 gramas. Os machos são sacrificados antes: com 5 meses já estão na faixa de 1,1 ou 1,2 quilo. As aves podem crescer e engordar bem mais do que isso, porém as peças menores têm mais saída entre os donos de restaurantes ou bufês de festas que adquirem faisões. Há também estabelecimentos que preferem aves mais jovens, os chamados faisões-de-leite. Estes são abatidos por volta do quarto mês, quando pesam cerca de 700 gramas. Em função dessas diferenças de gosto, é importante que as especificações dos compradores quanto ao peso das aves sejam definidas com antecedência, para que se possa determinar o ponto certo do abate. É bom lembrar que o faisão tende a ficar com a carne fibrosa, dura e menos saborosa quando ultrapassa 1,5 quilo de peso.
Formas de abate
Durante muito tempo o abate foi realizado de duas formas. Uma simples e rápida: por meio de um corte na garganta. A outra, mais cruel: cortando-se a língua e enfiando uma faca por dentro da boca da ave até atingir o cérebro. Abatidas por qualquer um desses métodos caseiros, as aves devem ficar de cabeça para baixo, até que todo o sangue escoe. Essas técnicas não são mais aceitas. Existem métodos mais modernos, como os atordoadores elétricos, usados nos abatedouros para todos os tipos de aves. Como os atordoadores representam um investimento pesado para pequenos criadores, a solução, sem dúvida, é a terceirização do abate, que deve ser realizado com todas as condições de higiene e saúde exigidas pela legislação.
Alimentação
Cada faisão adulto como cerca de 70 gramas de alimento por dia. A dieta básica é composta de ração e água. Usa-se com bons resultados a ração comercial para frangos. Frutas, verduras e gema de ovo pouco atuam no processo de crescimento e engorda. É recomendável evitar mamão e alface, que costumam provocar problemas intestinais nas aves. A partir do primeiro dia, os pintinhos são alimentados com a ração inicial, que contém de 24% a 26% de proteína. Entre 25 e 30 dias, quando são separados da mãe ou saem da criadeira, passam para a ração de crescimento. Para as aves adultas, destinadas ao abate, dá-se ração de engorda; para as matrizes, ração para poedeiras.
Cuidados
- Doenças tradicionais que atacam as aves, como newcastle ou bouba, são pouco freqüentes entre faisões. A higiene rigorosa é condição fundamental para o crescimento das aves.
- Chuva demais pode ser prejudicial. A água empoçada bebida pelas aves fatalmente traz problemas intestinais. Por isso, é muito importante drenar o excesso de água e cobrir as poças com terra nesses períodos.
- Para os filhotes, também existe uma recomendação básica: nunca soltá-los pela primeira vez em períodos de chuva.
- Quando as aves apresentarem algum ferimento, não pode ser usado no local nenhum medicamento de coloração vermelha. A cor excita os faisões, que passam a bicar o ferimento da ave afetada. Para desinfecção do local, o produto mais recomendado é violeta-de-genciana.
- Antes de ser ocupado, o viveiro deve ter paredes pintadas com cal. A limpeza com creolina ou com uma mistura de água e formol (10 litros de água para 1 de formol) também precisa acontecer antes da entrada das aves e ser repetida semanalmente.
- Para não acumular sujeira e fezes, os bebedouros e comedouros precisam ser lavados com freqüência. No caso dos filhotes, essa lavagem é diária. Nas outras fases pode ser mais espaçada.
- Também é importante promover, periodicamente, a remoção dos dejetos que ficam na areia dos piquetes.
Faisões ornamentais
Os cuidados a serem adotados na criação de faisões ornamentais são praticamente os mesmos de um plantel de corte. A principal diferença envolve, no início, gastos com matrizes: enquanto nas variedades de corte um casal custa em torno de 40 reais, o ornamental não sai por menos de 150 reais. A época de postura é a mesma para aves de corte e ornamentais – entre setembro e janeiro -, mas o período de incubação varia de 21 a 25 dias.
Nunca se deve manter juntas aves de corte e ornamentais. As primeiras são mais briguentas, e entre elas se destaca o prelatus, e podem estragar as penas das ornamentais e machucá-las. Entre as ornamentais, as características, o preço e a procura variam bastante. O mais comuns como o faisão-coleira e o versicolor, custam, em média, 20 reais o casal.
Legislação Específica
Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
– Registro na Junta Comercial;
– Registro na Secretária da Receita Federal;
– Registro na Secretária da Fazenda;
– Registro na Prefeitura do Município;
– Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)
– Registro no Sindicato Patronal;
O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
OBS. Caso o empreendedor queira constituir-se com pessoa jurídica.
Algumas legislações que futuro empreendedor deve ter conhecimento:
– LEI nº 7.967/89 – Dispõe sobre o valor das multas por infração à legislação sanitária, altera a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, e dá outras providências.
Registro Especial
– Registro no S.I.F. (Serviço de Inspeção Federal). Exigência feita para que o criador possa colocar seu produto no mercado. Sua concessão esta vinculada à manutenção de instalações idênticas às utilizadas para beneficiamento de pescado.
– Registro como produtor rural. Exigência feita para o produto.
Na comercialização do produto processado (carne ou pratos prontos), o empresário deverá informar-se a respeito dos registros necessários para sua legalização, já citados acima (Legislação Específica).
Referências: Sebrae – Serviços de Apoio as Micros e Pequenas Empresas, IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – São Paulo, Datafolha – Instituto de Pesquisas Grupo Folha, IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, Wikipédia, Jornal Estadão, Jornal Folha de S.Paulo, Jornal O Globo, Revista Exame, Revista Veja, MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MCTI – Minnistério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário, |
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Não tive resposta objetiva à minha pergunta. Preciso de LEGISLAÇÃO especifica para legalizar meu criatório de faisões ornamentais. Por favor queiram passar-me esta informação. Tenho residencia no estado de Minas Gerais onde a legislação em nada nos ajuda.
Obrigado.
muito boa as eslicaçao para quem deseja começa uma criaçao de faizoes
gostei!!!
explicação ótima.
Bem completo, mas está errado a informação mais importante, apenas o faisão coleira pode criar como doméstico, as demais espécies precisa sim autorização do IBAMA e da secretária estadual do meio ambiente.