Como montar uma fábrica de óleo de coco
Na hora de montar um negócio um dos critérios a serem analisados é a versatilidade do produto a ser vendido. Dentro dessa premissa, uma das ideias mais lucrativas atualmente é trabalhar com óleo de coco. O produto tem diversas utilidades e, por isso, possui um grande potencial de vendas.
O óleo de coco pode ser utilizado em sua versão natural ou adicionado a alimentos, sucos, saladas e bebidas. O produto é bastante procurado por quem deseja emagrecer. Ele pode ainda ser usado como um substituto natural do óleo de cozinha, servindo para refogar e fritar alimentos, ou até mesmo para fazer bolos e tortas.
Além do uso alimentar, o óleo de coco pode ser utilizado também no segmento de cosméticos. Sua essência é bastante utilizada para a hidratação do cabelo ou da pele.
Mas o que o empresário precisa fazer para montar uma fábrica de óleo de coco? Descubra agora tudo o que é necessário para criar uma indústria competitiva.
Mercado do óleo de coco
Como vimos, a versatilidade do produto torna o óleo de coco promissor, graças ao potencial de mercado. Entretanto o investidor deve estar atento ao noticiário para identificar tendências.
As propriedades terapêuticas do óleo de coco ainda não estão totalmente esclarecidas. Apesar de ser o novo “queridinho” de donas de casa e praticantes de exercícios que buscam uma boa forma física, alguns especialistas acreditam que o óleo de coco faz mal para a saúde. Essa é uma ameaça mercadológica que não pode ser desprezada.
Por outro lado, os maiores produtores de óleo de coco estão no sul da Ásia, são atingidos regularmente por desastres naturais, como inundações e ciclones. Sempre que um desses episódios ocorre a produção desses países é afetada.
Como consequência, o preço do produto no mercado internacional aumenta, e há uma abertura de mercado para países concorrentes, como o Brasil.
Localização
Uma fábrica de óleo de coco é totalmente dependente de sua matéria-prima principal. Por isso vale avaliar a instalação da fábrica em áreas onde o coco é abundante, a exemplo dos estados do Pará, Bahia e Alagoas.
O Pará possui a maior área contínua de coco do Brasil, mas o fruto está reservado para uma indústria que já está há bastante tempo no mercado. Assim, os novatos devem priorizar os estados do Nordeste. A Bahia desponta como melhor alternativa por ser um dos maior produtor do País.
A escolha da localização, entretanto, é mais complexa do que parece. O maior mercado consumidor de óleo de coco é a região Sudeste. Logo, ao escolher ficar perto da matéria prima, a indústria terá de arcar com maiores custos logísticos para transportar os produtos.
Por outro lado, se preferir ficar perto dos consumidores, haverá um aumento no custo de transporte da matéria prima. Dessa forma o empreendedor deve analisar as possibilidades e custos envolvidos em cada escolha, e optar por aquela que permitir maior margem de lucro.
Caso a fábrica seja instalada na zona rural, analise a disponibilidade de água potável, fornecimento de energia, serviços de comunicação e facilidade de acesso à mão de obra.
Exigências legais
Definida a área de implementação, é hora de encarar a burocracia estatal. A nova fábrica de óleo de coco precisa legalizar a empresa nos seguintes órgãos:
- Junta Comercial
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ)
- Secretaria Estadual de Fazenda
- Registro no Ministério da Saúde
- Prefeitura do Município (para obter o alvará de funcionamento)
- Sindicato patronal
- Caixa Econômica Federal (para pagamento de FGTS e INSS)
- Corpo de Bombeiros
- Ibama
- Anvisa
É importante ressaltar que a implantação de uma fábrica de óleo de coco exige a obtenção de algumas licenças. A primeira é a licença prévia, que discrimina os requisitos básicos a serem obedecidos nas fases de implantação e operação do empreendimento. Em seguida deve ser obtida a licença de instalação e, por fim, a licença de operação.
Estrutura
A estrutura depende da capacidade de produção planejada para a empresa. Um empreendimento inicial pode ter área total de 500 m². O espaço contará com galpão de produção (com cerca de 200 m²), escritório, laboratório (20 m²), banheiros, cozinhas e almoxarifado, dentre outras estruturas.
O galpão de produção deve contar com espaço para a recepção, limpeza e armazenamento da matéria-prima, descascamento, área de processamento, depósito de embalagens e área para armazenagem do produto final.
Equipe
Fábricas de pequeno porte podem começar com uma força de trabalho bastante enxuta. São funcionários essenciais:
- Gerente ou supervisor
- Vendedor
- Auxiliar administrativo
- Engenheiro químico
- Auxiliar de produção
- Auxiliar de limpeza
Cerca de seis pessoas podem operar a fábrica, mas esse número pode ser aumentado em períodos de maior demanda. Uma fábrica de óleo de coco de Alagoas começou sua produção com 25 pessoas, na década de 1990. Hoje conta com cerca de 350 funcionários.
Ainda existe a possibilidade de terceirizar alguns serviços para minimizar os custos iniciais de produção e comercialização.
Máquinas e equipamentos
A necessidade de máquinas e equipamentos varia de acordo com o porte da indústria e de sua área de atuação. Os equipamentos mais comuns para a fabricação de óleo de coco são:
- Cozedor
- Condensador
- Tanque de armazenagem
- Triturador
- Impressora
- Telefones
- Material de escritório como mesas, cadeiras, arquivos, etc
- Veículo para transporte
- Espátulas
- Bancadas de madeira
- Embalagens
- Pipetas
- Medidores
- Agitadores
- Filtro para tratamento de água e efluentes
- Máquinas para envasamento
- Esterilizador
- Selador
Processo produtivo
O processo produtivo de uma fábrica de óleo de coco envolve o plantio do coco, colheita, limpeza, descascamento, laminação, cozimento, extração do óleo, moagem, prensagem, filtragem e armazenamento dos produtos.
Investimento
Os valores a serem investidos na construção de uma fábrica de óleo de coco variam muito. Depende do valor pago pelo terreno, possíveis incentivos fiscais oferecidos pelo município de instalação, edificações, maquinário, etc. O Sebrae estima que a montagem de uma fábrica de óleo de coco de pequeno porte exija investimentos de R$ 450 mil.
Além disso, o investidor precisa também manter um capital de giro disponível para a operação da indústria. Esse capital de giro deve ser de aproximadamente de R$ 50 mil.
É impossível calcular o prazo de retorno do investimento, já que depende do lucro que a fábrica terá. O importante é que a empresa opere sempre com receita líquida positiva. Assim, mais cedo ou mais tarde, o investimento será coberto.
Custos
Uma fábrica de óleo de coco precisará arcar com custos relativos aos funcionários, impostos, produtos para limpeza, assessoria contábil, propaganda e manutenção. Confira uma estimativa de gastos mensais para uma indústria com seis funcionários:
- Salários: R$ 10.500 (mais 75% em encargos)
- Impostos: R$ 3.000
- Água, luz, telefone e internet: R$ 3.000
- Produtos de higiene: R$ 600
- Assessoria contábil: R$ 1.000
- Publicidade: 3% da receita mensal
- Despesas com vendas: 15% do valor do produto
- Despesas com armazenamento e transporte: 5% do valor do produto
- Manutenção dos equipamentos: 0,5% da receita líquida mensal
Divulgação
Para vender os produtos não basta que eles sejam bons. É preciso que os consumidores saibam suas propriedades, diferenciais e onde encontrá-los. Por isso a fábrica de óleo de coco precisa investir em publicidade e propaganda.
Indústrias pequenas podem apostar em representantes comerciais. Esses profissionais devem visitar mercados e farmácias oferecendo os produtos. Amostras grátis e panfletos devem fazer parte do material de divulgação.
Vale ainda participar de feiras de alimentação ou de cosméticos. Qualquer que seja a estratégia adotada, é preciso lembrar que a propaganda de cosméticos e alimentos é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Habilidades necessárias
O empreendedor que deseja investir em uma fábrica de óleo de coco deve conhecer todos os regulamentos técnicos, ambientais, de segurança, de saúde e higiene no trabalho e padrões de qualidade adequados aos processos de fabricação de alimentos e cosméticos.
É preciso ainda ser capaz de utilizar os recursos disponíveis de forma racional e econômica. Além disso, é imprescindível a habilidade de planejar a operação diária da companhia, especialmente as operações a serem realizadas, recursos previstos e custos envolvidos.
Liderança e habilidades de negociação certamente ajudarão o empreendimento a florescer.
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