Como montar Agência de Ecoturismo
Saiba como montar uma agência de Ecoturismo lucrativa gastando pouco e sem cometer erros, ganhe muito dinheiro com turismo ecológico. Aprenda tudo: investimento, localização, equipamentos, fornecedores, mercado, concorrência, riscos, legislação, mão de obra especializada, captação de cliente, financiamento, atendimento e muito mais…
Agência de ecoturismo (turismo ecológico)
Ficha Técnica
Setor da Economia: Terciário
Ramo de Atividade: Prestação de Serviços
Tipo de Negócio: ecoturismo (turismo ecológico)
Produtos Ofertados/Produzidos: Turismo Ecológico
Apresentação
Até o século XIX, o ser humano via a natureza como um desafio, como algo que deveria ser domesticado e explorado indiscriminadamente. A partir daí a natureza começa a ser vista pela sociedade com responsabilidade e com a preocupação da preservação do ambiente.
Na década de 1970, surgida nos países do primeiro mundo, começa a ser intensificada a preocupação com o meio ambiente, quando se desperta a consciência de que é preciso cuidar dos recursos naturais, uma das formas desse cuidado seria combatendo-se a “poluição por turismo”.
O ecoturismo (turismo ecológico) ou turismo ecológico é o turismo que consiste em realizar viagens em áreas naturais relativamente pouco alteradas ou não contaminadas, com o objetivo específico de estudar, e desfrutar da paisagem, sua flora e fauna, assim como das manifestações culturais (passada e presente), características dessas áreas.
Mercado
As iniciativa e experiências sobre ecoturismo (turismo ecológico) no mundo ainda são limitadas e bem localizadas. Somente alguns países acreditaram e investiram nesta modalidade de turismo, destacando-se a Costa Rica, o Belize, a Guatemala e o Quênia.
Embora o turismo relacionado com a história natural sempre tenha existido, foi a partir de 1980 que se registrou um aumento considerável de viagens com fins de conservação dos recursos da área natural. Hoje, uma quantidade cada vez maior de turistas visita as regiões mais remotas da terra, da Antártida à Nova Guiné.
No mercado brasileiro este tipo de turismo vem se destacando a cada dia no nosso país, pois o território brasileiro abriga boa parte das espécies de organismos viventes em nosso planeta. Esse importante acervo de recursos naturais constitui-se num patrimônio único no mundo, devendo ser preservado, porém, não lacrado numa redoma de vidro.
Estrutura
A estrutura básica deve contar espaço (sala) para atendimento e escritório.
Equipamentos básicos
– Móveis e utensílios do escritório (computadores, fax, mesas, cadeiras, armários, etc.);
– Veículos (vans);
– Equipamentos utilizados na prática de esportes (Rafting, Canyoning, Trekking, Tiroleza, Cavalgada, Rappel, mergulho,etc..).
Investimento
Irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento.
Pessoal
A mão-de-obra básica é formada de recepcionistas e guias, lembrando que, é aconselhável dominar outros idiomas, e que no caso dos guias, é importante que sejam educados e atenciosos com os viajantes, e que possuam conhecimento de primeiros socorros.
O cliente
O mercado de turismo ecológico é bem diversificado, já que existem diversas formas para o homem interagir com o ambiente. Surgem diversos grupos de visitantes com diferentes motivações e com características distintas, tais como:
- Pseudocientífico: Formado por pessoas com elevado grau de instrução e conhecimento do meio ambiente. Interage rapidamente com a natureza, procurando captar um maior número de informações sobre os fenômenos observados.
- Casual: Pessoa que visita uma determinada área natural que faz parte de um roteiro turístico convencional, não necessariamente ecológico. Geralmente não possui muito conhecimento sobre o assunto, mas é motivado e sensível para aprender.
- Excêntrico: Busca diferentes formas de viajar, procurando locais pouco visitados ou exóticos. Pouco interage com o meio ambiente. Prefere locais sem infra-estrutura e carentes de conforto.
- Aventureiro: Procura atividades físicas que envolvam a natureza. Gosta de superar obstáculos, assim como aprecia a autoconfiança que adquire ao fazê-lo. Não se deixa abater por solavancos, arranhões, etc. Deve-se tomar cuidado para que este turista não esteja mais preocupado com a atividade esportiva do que com a natureza.
- Alternativo: Busca uma forma de lazer alternativo ou de baixo custo. O que interessa é a liberdade junto à natureza e o prazer que isto pode lhe proporcionar. Este turista não está muito consciente ou preocupado para as questões da poluição e dos impactos que pode causar.
A compreensão desses tipos de clientes é fundamental para o empreendimento, uma vez que é necessário definir o mercado a ser atingido, observar sua potencialidade e, então planejar ações que possam atrair o turista a curto, médio e a longo prazo.
Serviços
Alguns tipos de passeios que podem ser oferecidos
– Passeios Pedagógicos (com alunos para uma aula de campo);
– Passeios c/ Terceira Idade;
– Passeios de Formatura;
– Convenções, etc.
Cuidados necessários para esta atividade
Existem vários aspectos que devem ser observados em relação aos impactos que o ecoturismo (turismo ecológico) pode causar no ambiente natural e sócio-cultural. Desta forma o empresário do turismo ecológico precisa ter uma consciência de preservação e resgate deste ambiente.
– Impactos Negativos no Ambiente Natural:
- Acúmulo de lixo às margens dos caminhos e trilhas, nas praias, nas montanhas, nos rios e lagos;
- Uso de sabonetes e de detergentes pelos turistas, contaminando a água dos rios e lagos, comprometendo sua pureza e a vida dos peixes e da vegetação aquática;
- Contaminação das fontes e dos mananciais de água doce e do mar perto dos alojamentos, provocada pelo lançamento de esgoto in natura nos rios e oceanos;
- Poluição sonora e ambiental provocada pelos motores das embarcações;
- Coleta e quebra de corais nas regiões litorâneas;
- Alteração da temperatura das cavernas e grutas e aparecimento de fungos nas rochas, causados pelo sistema de iluminação;
- Coleta e destruição da vegetação às margens das trilhas e dos caminhos na floresta;
- Erosão de encostas devido ao mau traçado e à falta de drenagem das trilhas;
- Alargamento e pisoteio da vegetação das trilhas e dos caminhos;
- Ruídos que assustam animais e provocam a fuga de ninhos e refúgios (como palmas, tiros, música, assobios, apitos, etc.);
- Turistas que alimentam animais mais dóceis com produtos contendo conservante – estes constituem uma alimentação estranha à dieta silvestre habitual, podendo provocar doenças e até a morte;
- O lixo e o abandono de restos e comida ao ar livre atraem insetos, provocam mau cheiro e cultivam bactérias;
- Caça e pesca ilegais, em locais e épocas proibidas;
- Incêndio nas áreas mais secas, provocados por fogueiras ou faíscas de isqueiros, fósforos ou cigarros;
- Descaracterização da paisagem pela construção de equipamentos cuja arquitetura, materiais e estilo contrastam com o meio natural.
– Impactos Negativos nos Ambientes Socioculturais
- Descaracterização das tradições e dos costumes das comunidades receptoras, cujos ritos e mitos, muitas vezes, são transformados em shows para turistas;
- Sentimentos de inveja e ressentimentos diante de hábitos e comportamentos diferentes dos turistas e da ostentação de dinheiro, muitas vezes escassos para os moradores das localidades;
- Aumento dos preços das mercadorias e dos terrenos;
- Migração de pessoas originárias de regiões economicamente debilitadas para os novos pólos turísticos, em busca de empregos, provocando excedentes na oferta de mão-de-obra e escassez de moradias.Legislação Específica
Torna-se necessário tomar algumas providências, para a abertura do empreendimento, tais como:
– Registro na Junta Comercial;
– Registro na Secretária da Receita Federal;
– Registro na Secretária da Fazenda;
– Registro na Prefeitura do Município;
– Registro no INSS;(Somente quando não tem o CNPJ – Pessoa autônoma – Receita Federal)
– Registro no Sindicato Patronal;
– Registro da empresa turística na EMBRATUR;
– Filiação à ABAV (para concessão de carta de capacitação técnica);
O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação a localização),e também o Alvará de Funcionamento.
Além disso, deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
Nível Federal:
– LEI Nº 9.605/98. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
– DECRETO Nº 84.934/80. Dispõe sobre as atividades e serviços das Agências de Turismo, regulamenta o seu registro e funcionamento, e dá outras providências.
Registro Especial
Após serem cumpridos os trâmites acima citados, a empresa providenciará seu registro junto à Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, geralmente, cada estado possui uma entidade que responde pela EMBRATUR.
Para obter o registro, basta apresentar a documentação legal da empresa, preencher alguns formulários e pagar uma taxa para adquirir o certificado (que deve ser renovada a cada ano).
É interessante, também, que a empresa se cadastre no SNEA – Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. Quem não se associar a esse Sindicato não consegue cadastro para pleitear crédito junto às companhias aéreas.
– DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA CADASTRAMENTO DE AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO NA EMBRATUR:
1. Requerimento solicitando o cadastro na EMBRATUR (através da internet ou nas entidades estaduais que responde pela EMBRATUR);
2. Ficha de cadastro preenchida;
3. Cópia do contrato social, arquivado na Junta Comercial como firma Ltda. ou S/A, contendo no objetivo social, o seguinte termo: A sociedade exercerá a atividade de Agência de Viagens e Turismo, conforme legislação em vigor ou, então, de Agência de Viagens;
4. Cópia do CNPJ;
5. Pagamento da taxa de serviço para agência localizada na capital ou no interior, recolhida, integralmente, em favor da EMBRATUR
6. Termo de compromisso.
– PROCEDIMENTOS NECESSÁRIOS PARA O REGISTRO DE AGÊNCIAS DE VIAGEM NO SNEA:
1. Fotocópia autenticada em cartório do Certificado de Classificação no Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR;
2. Sociedade Limitada: fotocópia do Contrato Social inicial e posteriores alterações;
. Sociedade Anônima: fotocópia dos Estatutos Sociais vigentes, da Ata da Assembléia Geral que elegeu a atual Diretoria, assim como a da que efetivou o último aumento do Capital Social;
3. Tanto em caso de Sociedade Limitada como no de Sociedade Autônoma, o capital mínimo integrado deverá corresponder, em moeda corrente, na data da constituição da sociedade, ou quando da última alteração contratual para elevação do capital, a US$ 25.000,00 (dólar comercial/venda, relativo ao último dia útil do mês anterior ao da assinatura do Contrato ou da efetuação da Alteração Contratual) para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e US$ 20.000,00 para o interior desses Estados e, também para os demais Estados do país;
4. Fotocópia do Contrato de Locação ou comprovação de propriedade do local e Alvará de Localização;
5. Fotocópia do CNPJ;
6. Autorização formalizada em documento endereçado à Diretoria do Sindicato em papel timbrado da firma;
7. Informação Cadastral da firma postulante e de seus sócios, fornecida por firma especializada e na sua falta, por outro órgão informante;
8. O requerimento de cadastro, com os documentos retroenumerados, deverá ser encaminhado ao SNEA por intermédio de uma Empresa Aeroviária
9. Juntamente com os documentos encaminhados pela Empresa Aérea apresentando a postulação da agência, deverá ser anexada Declaração de Capacitação Técnico-Profissional de um dos componentes da sociedade, fornecida pela ABAV e/ou SINDETUR, onde houver.
Modelo de Autorização para o SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS AEROVIÁRIAS (Utilizar Papel Timbrado da Empresa):
” (nome da firma), estabelecida à (endereço completo), no Estado de ……………………, neste ato representada por seu representante legal (nome e qualificação), vem apresentar a documentação anexa, para fins de cadastro junto a esse Sindicato, pois deseja participar do sistema uniforme de administração e cobrança dos valores devidos às empresa aéreas pela venda de bilhetes aéreos em consignação, estabelecido e gerenciado pela COPET.
Para tanto, a requerente se compromete a manter atualizado, junto ao SNEA, todos os seus dados cadastrais, inclusive a comunicar, imediatamente, a esse Sindicato, toda e qualquer alteração implementada em sua estrutura societária.
A requerente concorda em permitir que, sempre que se fizer necessário, um representante do SNEA visite suas dependências, com a finalidade de verificar, concretamente, a observância dos requisitos exigidos para comercialização de bilhetes aéreos.
A requerente declara conhecer os termos do Regimento Interno da COPET e afirma preencher os requisitos necessários à participação no sistema uniforme de comercialização de bilhetes aéreos em consignação, estando ciente de que a inobservância, por qualquer agência de viagem, dos padrões instituídos para comercialização dos bilhetes aéreos, importa em sério risco para o mercado da aviação, por isso que se compromete a dar ciência a esse Sindicato de qualquer irregularidade ocorrida em suas instalações, não importando que tenha agido com ou sem culpa, com a finalidade de viabilizar a adoção das medidas necessárias a que seja minimizado o risco antes mencionado.
A requerente também declara que tem ciência de que, caso venha a ser constatada a prática de irregularidades, por medida acautelatória, será promovida sua exclusão provisória (1 ano), ou definitiva (reincidência), do cadastro do SNEA.
Por fim, a requerente se compromete a, uma vez instada a promover a devolução dos bilhetes aéreos que lhe foram entregues em consignação, atender, de imediato, o pedido, tendo ciência de que, caso assim não proceda, será definitivamente excluída do cadastro do SNEA.”
Entidades
ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagens: http://www.abav.com.br/
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo: http://www.embratur.gov.br
SNEA – Sindicato Nacional des Empresas Aeroviárias: http://www.snea.com.br/index_ie.html
Referências: Sebrae – Serviços de Apoio as Micros e Pequenas Empresas, IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – São Paulo, Datafolha – Instituto de Pesquisas Grupo Folha, IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, Wikipédia, Jornal Estadão, Jornal Folha de S.Paulo, Jornal O Globo, Revista Exame, Revista Veja, MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MMA – Ministério do Meio Ambiente, MME – Ministério de Minas e Energia, MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.Copyright © Emprega Brasil – É proibido a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização. |