Montar uma criação Tilápias e Trutas gastando pouco
Como montar uma criação de trutas lucrativa gastando pouco e sem cometer erros, ganhe muito dinheiro com piscicultura. Aprenda tudo: investimento, localização, equipamentos, fornecedores, mercado, concorrência, riscos, legislação, mão de obra especializada, captação de cliente, financiamento, atendimento e muito mais…
Criação de trutas
Com extenso litoral e uma das mais ricas Bacias hidrográficas do mundo, o Brasil reúne condições naturais adequadas tanto para a produção quanto para o consumo de pescados.
Vindo do mar ou rio, o peixe faz parte da nossa cultura e é, em muitos casos, fator de subsistência.
Além disso, a atividade pesqueira emprega profissionais das mais variadas áreas, tem destaque na culinária, sem esquecer o fato de que os peixes estão presentes no imaginário de todos nós.
Tendência
Alternativa racional, de grande valor ecológico e econômico, a atividade pesqueira é uma realidade que pode contar – principalmente em nosso país – com condições climáticas e hidrográficas altamente favoráveis à criação de inúmeras espécies. E a TRUTA, o mais nobre dos peixes de água doce, é um desses espécimes.
Cenário nacional
O consumo atual no Brasil é de aproximadamente 7 (sete) toneladas por ano, das quais mais de 4 toneladas são importadas. Do Chile, vêm 57,2% (4 toneladas) da truta importada; da Noruega vêm 13,4% (940 kg) e o Brasil contribui com 29,4% (2,06 toneladas).
Mercado
A procura por trutas cresce a cada dia, na mesma proporção em que mudam os hábitos alimentares de determinada fatia da população. É nesse novo consumidor, sintonizado com as tendências internacionais que o criador de trutas deve centrar o foco.
Aí pode estar também a oportunidade, já que a enorme concorrência, em todas a áreas, dá aos consumidores o privilégio de escolher e exigir produtos de boa qualidade, diferenciados e adaptados aos seus gostos e necessidades.
Acrescente a isso tudo a constatação de que este é um fenômeno que ocorre em quase todos os níveis econômicos e sairá na frente quer estiver apto a atender a qualquer necessidade do cliente. E quem sabe, aquela cliente que acabou de entrar no hortifruti não gostará de encontrar as trutas que só imaginava conseguir na delicatessen ou mesmo no açougue especializado? Caberá a você, empreendedor, surpreendê-la.
Público alvo
O consumidor que nos interessa focalizar – o que compra ou pode vir a comprar truta – tem um perfil bem delineado. Pertence às classes alta e média. Está inserido no mercado de trabalho de várias maneiras – assalariado, empresário, profissional autônomo.
Trabalha muito; é exigente em relação a direitos e produtos; identifica e tem preferência por marcas mas não hesita em trocá-las por outras que agreguem algum tipo de valor ao produto (qualidade, preço, embalagem, etc…); consome alimentos prontos ou pré-prontos já que nunca dispõe de tempo ou prática em prepará-los; é sofisticado e preocupado com sua qualidade de vida.
Características
Saborosa, com baixos teores de colesterol e sem gordura (só a pele é gordurosa) a truta é considerado um prato saboroso. Associada a um estilo de vida sofisticado e ecologicamente correto,as trutas são criadas exclusivamente em águas cristalinas e livres de produtos químicos. São por isso, otimamente aceitas por consumidores que muitas vezes resistem a outros peixes e crustáceos em função da poluição de mares e rios.
Criação
. Água. Originária do Hemisfério Norte, a truta é muito exigente quanto à água. Para elas a água deve ser fria, cristalina, pura, e bastante oxigenada. É em função destas e de outras exigências básicas, a truticultura em nosso país é desenvolvida nas regiões serranas em altitudes a partir de 800 metros. É o principal elemento a ser considerado para a instalação da truticultura.
Cada espécie de peixe requer um conjunto de propriedades físicas e químicas da água apropriadas para o seu desenvolvimento. Na criação de trutas é necessária toda atenção em algumas propriedades físicas e químicas da água, tais como: Temperatura, Teor de oxigênio dissolvido, PH (acidez), Turbidez, Vazão.
. . Temperatura. Os peixes são animais de “sangue frio” (poiquilotérmicos), ou seja não regulam a própria temperatura corpórea, que varia com a do ambiente onde se encontram. Em função dessas questões é que a temperatura da água influi diretamente no metabolismo dos peixes e das trutas em particular, já que como se sabe, trata-se de peixe extremamente sensível.
As faixas ideais de temperatura são: Cultivo (10 a 20°C); Ponto ótimo para engorda (15 a 17°C); Reprodução (8 a 12°C); Incubação (em torno de 10°C). É bom estar atento para as temperaturas limite para sobrevivência das trutas: entre 0ºC e 25°C;
. Alimentação. Basicamente de 60% a 80% dos custos em uma truticultura são com a compra de ração. O produtor começa a alimentar as trutas quando elas estão com aproximadamente 2cm de comprimento, ou seja, na fase final de absorção do saco vitelínico, quando os alevinos completam cerca de 20 dias, após a eclosão, e possuem o peso ao redor de 100mg, começando a nadar na superfície. A primeira alimentação geralmente é úmida, constituída basicamente de uma pasta de fígado bovino batido no liquidificador misturada à ração balanceada, em pó.
Alguns criadores preferem utilizar, como primeira alimentação, ração balanceada própria para alevinos. Nesta fase inicial, o alimento deve ser fornecido aos alevinos com uma freqüência muito alta, praticamente de forma contínua ou em intervalos de uma em uma hora, no máximo. Com o crescimento dos alevinos, vamos substituindo gradualmente esta alimentação úmida, por uma alimentação seca e a freqüência de fornecimento vai diminuindo.
A alimentação seca, constitui-se de ração balanceada para trutas, com alto valor proteico (proteínas de origem animal) na forma de pó ou péletes. Esses péletes variam no tamanho, de acordo com o desenvolvimento da truta. Hoje existem no mercado até sete tipos de granulação para ração de trutas;
. Reprodução e desenvolvimento. Quando confinadas em tanques as trutas não se reproduzem naturalmente, sendo portanto indispensável a intervenção do homem para o desempenho desse processo. A maturidade é alcançada aos 2 anos de idade (peso mínimo 500g), quando encontram condições ambientais propícias, (temperatura da água ao redor de 10°C) e alimentação adequada.
. . Reprodução artificial. Artificialmente, a reprodução é conduzida através da coleta dos óvulos da fêmea e do fluido orgânico do macho pela compressão abdominal e posterior fertilização “à seco” seguida de um período de incubação e alevinagem.
Para tanto são necessários: água, instalações e cuidados apropriados e a manutenção do estoque de reprodutores. A vida útil de reprodução para fêmeas é de 3 anos consecutivos, enquanto que o macho geralmente só é empregado no primeiro ano reprodutivo, isto porque a proporção entre sexos é de 1 macho para cada 4 fêmeas.
Para cada quilograma de fêmea se obtêm de 1500 a 2000 óvulos. O criador que optar pela exploração do processo de reprodução poderá escolher entre a produção de ovos embrionados e a produção de alevinos.
. Abate. Antes do abate, as trutas devem ficar sem comer, pelo menos, 24 horas. Existem vários métodos para o abate das trutas, alguns mais simples e outros mais complexos e que variam conforme a quantidade a ser abatida.
. . Pequenas quantidades. Retira-se a truta da água, aplicando-lhe em seguida uma pequena batida sobre a cabeça (com um cano de PVC ou pedaço roliço de madeira). Ao apressar a morte da TRUTA, evita-se que a carne seja depreciada enquanto ela debate-se; Outra opção é o choque térmico, processo em que ao serem retiradas do tanque, as trutas são colocadas em caixas com gelo para depois serem evisceradas; Existe ainda o abate através da saturação por Co2 (utilizam-se recipientes com água e injeta-se gás carbônico), quando as trutas morrem em torno de 30 segundos.
Manipulação e conservação
A truta é um peixe nobre, cuja manipulação e conservação devem, necessariamente, seguir os padrões tecnológicos para atender as expectativas de qualidade do consumidor.
Tamanho padrão
Os tamanhos mais comercializados estão na faixa de 250 a 300 gramas.
Comercialização
A truta tem um grande potencial de mercado, podendo ser comercializada de várias formas. No contexto atual é importante direcionar a produção com foco nos diferentes nichos de consumo. É muito importante que o futuro produtor ou investidor saiba exatamente o que pretende com a criação para poder agregar valor ao seu produto, dotando-o de elementos que o diferenciem no mercado.
. Comércio em geral. O produtor pode visar diretamente o mercado comercial vendendo para peixarias, mercados, restaurantes, hotéis.
. Indústria. Pode também direcionar a produção para alguma indústria de congelados ou enlatados;
. Mercado turístico. Ou ainda, pode abastecer pousadas ou instalar lagos para pesca da truta (pesque-e-pague);
. Produção de ovos e alevinos. Outra vertente de mercado visa os próprios produtores com a produção de ovos embrionados e alevinos.
Referências: Sebrae – Serviços de Apoio as Micros e Pequenas Empresas, IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas – São Paulo, Datafolha – Instituto de Pesquisas Grupo Folha, IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, Wikipédia, Jornal Estadão, Jornal Folha de S.Paulo, Jornal O Globo, Revista Exame, Revista Veja, MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário, MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, MMA – Ministério do Meio Ambiente, MME – Ministério de Minas e Energia, MTE – Ministério do Trabalho e Emprego.Copyright © Emprega Brasil – É proibido a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização. |