Gestão e Rastreabilidade valorizam a sua marca
O consumidor, cada vez mais bem informado e exigente, está atento à qualidade dos alimentos. Tanto o segmento de frutas, legumes e verduras quanto o da indústria alimentícia respondem a esse consumidor com produtos mais elaborados e também com apelos naturalistas.
A preocupação da população com a saúde direciona a indústria nesse sentido. O conceito de rastreabilidade de alimentos, portanto, pode ser uma oportunidade para aprimorar os processos produtivos e conferir um diferencial competitivo a cada marca.
Nesse artigo de Nilson Gasconi – Assessor de Negócios – Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil vamos entender porque a gestão e rastreabilidade e tão importante para valorização da marca.
“A rastreabilidade é agora uma parte vital da cadeia de suprimentos.”
No Brasil, temos casos muito bem-sucedidos de produtores que investiram em rastreabilidade e que viram seus negócios crescerem em função disso. Seja por consciência do produtor, seja por exigência do mercado a que ele abastece, ter a capacidade de rastrear o produto eleva o patamar da marca.
A rastreabilidade de alimentos permite ao consumidor saber a origem e toda a trajetória percorrida pelo produto que consome, o que lhe confere segurança. Fornecedores e fabricantes, por consequência, podem oferecer um produto mais confiável e em concordância com padrões mais exigentes de qualidade. Investir em sistemas que tornem possível a visibilidade do produto de ponta a ponta na cadeia de suprimentos permite a identificação padronizada do produto. Isso se torna cada vez mais essencial; são os primeiros passos para se ter um processo rastreável.
Padrão Global de Rastreabilidade
O Padrão Global de Rastreabilidade (GTS, na sigla em inglês) é a premissa para que empresas acompanhem a trajetória e a exata localização de seus itens a qualquer momento em uma escala global – independentemente de quantas empresas estejam envolvidas ou de quantas fronteiras sejam cruzadas até chegar ao cliente final. Ele é formado por critérios que registram o passo a passo de cada etapa da cadeia produtiva, permitindo que a informação percorra o caminho para frente ou para trás na cadeia de abastecimento até que seja identificada a origem de um problema.
Caminho Percorrido
Não é só o consumidor que se beneficia com GTS. As empresas que adotam esses critérios também são favorecidas, já que, cada vez mais, ter respostas para essas questões pode decidir a compra. Para que o processo possa funcionar, é preciso registrar tudo o que acontece em cada passo do caminho percorrido, da produção à venda final. Outro ponto que atende às reivindicações dos consumidores é assegurar que o alimento atenda às exigências das crenças religiosas ou respeite as escolhas de estilo de vida das pessoas, uma vez que cresce a busca por mercadorias que respeitem certos padrões éticos.
Programas de Rastreabilidade
Cada vez mais indústrias estão voluntariamente desenvolvendo programas de rastreabilidade voltados para a melhoria da eficiência, para ajudar na proteção de suas marcas e para garantir que seus alimentos, medicamentos e materiais médicos ou brinquedos sejam seguros. Sistemas como o Padrão Global de Rastreabilidade GS1 possibilitam fazer esse acompanhamento e reassegurar aos consumidores que os produtos respeitam completamente seus desejos. Os padrões GS1 como, por exemplo, o código de barras, as etiquetas inteligentes de radiofrequências (EPC/RFID) e os códigos bidimensionais propiciam a rastreabilidade e podem armazenar informações adicionais de um produto como data de produção, data de validade, número de lote etc.
Adotar um padrão usado por mais de 800 empresas da Ásia, Europa e Américas representa um avanço mercadológico e de reputação à sua marca. Cada vez mais, as indústrias estão desenvolvendo programas de rastreabilidade voluntariamente com o fim de melhorar a eficiência de seus processos.
Recall – Frequentemente nos deparamos com notícias de contaminação de alimentos ou de presença de substâncias químicas impróprias ao consumo. A nova norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina como proceder em caso de identificação de risco à saúde da população. A resolução RDC 24/2015, em vigor desde o dia 7 de dezembro do ano passado, torna obrigatório o Plano de Recolhimento de Produtos, que deve estar acessível aos funcionários e à própria agência reguladora. Quem descumprir as regras pode ser punido com interdição, cancelamento de autorização, multa de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão, além da retirada obrigatória de itens à venda – o chamado recall.
Recall de Produtos
Quando a Anvisa determina o recall de produtos por esses motivos, os produtores e as marcas que demonstrarem ao público a capacidade de rastrear de volta o caminho percorrido pelo seu produto, do varejo até sua origem, certamente ganhará a confiança do consumidor. Ter a competência de recolher os lotes de produtos em curto prazo, antes que os consumidores sejam afetados, é o objetivo maior de um serviço bem prestado e da conquista de confiança. Quando uma situação de recall acontece, é necessária rapidez nas ações para evitar que o problema tome proporções maiores. É aí que a rastreabilidade assume um papel fundamental. Graças a ela, é possível adotar medidas emergenciais, já que o processo permite identificar onde ocorreu a contaminação química, biológica ou perda de qualidade e retirar prontamente o produto de circulação.
Padronização de Dados
A padronização de dados dos bens alimentares na cadeia de suprimentos se torna cada vez mais necessária. A adoção de padrões globais de identificação tem sido uma das principais ferramentas adotadas para cumprir a medida, e o código de barras padrão GS1, velho conhecido do consumidor e adotado por indústrias de todos os portes, garante visibilidade de ponta a ponta em toda a cadeia de suprimentos.
A rastreabilidade representa a capacidade da empresa em recuperar o histórico e registro de um produto por meio de uma identificação única e global. Além de permitirem o acompanhamento de mercadorias, essas tecnologias melhoram a eficiência, uma vez que permite a troca e o gerenciamento de informações entre todos os elos da cadeia de suprimentos, até que o produto chegue ao consumidor. Essa é justamente uma das exigências da RDC 24/2015, uma vez que, a partir de agora, todas as empresas da cadeia produtiva de alimentos deverão manter registros que identifiquem as origens dos artigos recebidos e o destino dos distribuídos.
O Brasil não pode perder mais tempo. É preciso investir na rastreabilidade, pois o mais importante é estar preparado para enfrentar e resolver eventualidades. Quem faz a lição de casa ganha duas vezes: conquista a confiança do consumidor e abre as portas para o comércio mundial, que também tem sido criterioso quanto ao controle de origem. Tecnologias existem, o que precisamos é que elas sejam aplicadas.
Fonte: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI (cati.sp.gov.br)